Roberto Carlos sofre acidente em Gramado, durante gravação de especial de fim de ano
Roberto Carlos em seu Cadillac vermelho no porto de Santos em 10 de fevereiro de 2007.
Foto: Mauricio de Souza/Estadão
O acidente de Roberto Carlos quando dirigia seu Cadillac durante uma gravação na cidade de Gramado acrescenta um novo capítulo na história do cantor e compositor com o icônico veículo, e também com carrões, uma paixão que o levou a ser um colecionador de diferentes modelos e marcas.
Cadillac, no entanto, não é apenas uma marca importante numa das garagens de Roberto Carlos repleta de relíquias automotivas.
A marca de carros vistosos está diretamente associada à obra musical do artista desde o começo da carreira de Roberto Carlos nos anos 60.
É citada nominalmente e é o fio condutor inicial na música “Calhambeque”, de 1964, tremendo sucesso de seu terceiro disco, uma das brasas que aqueceram o rock brasileiro naqueles primórdios e uma das canções que o catapultaram ao estrelato cada vez maior.
Mandei meu Cadillac pro mecânico outro dia Pois há muito tempo um conserto ele pedia Como vou viver sem meu carango pra correr Meu Cadillac, bi-bi, quero consertar meu Cadillac Com muita paciência o rapaz me ofereceu Um carro todo velho que por lá apareceu Enquanto o Cadillac consertava eu usava O Calhambeque, bi-bi, quero buzinar o Calhambeque.
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Erasmo Carlos, em "O Calhambeque".
Versão de "Road Hog", de John D.
Loundermilk e Gwen Loudermilk

Pesquise datas e palavras PUBLICIDADE A canção “O calhambeque” é uma versão que o amigo de fé e irmão camarada Erasmo Carlos fez da música “Road Hog”, do americano John D.
Loundermilk e de sua mulher Gwen Loudermilk.
A letra original de “Road Hog” em inglês, no entanto, não faz menção alguma a Cadillac e nenhuma outra marca de carro.
É uma história sobre aqueles motoristas folgados que se acham o dono da estrada e prejudicam os outros com sua direção perigosa.
O biógrafo Paulo César Araújo informou no livro “Roberto Carlos em Detalhes” que a música “Road Hog” chamou a atenção de Erasmo quando ele pesquisava discos importados na Editora Musical Vitale “principalmente por que tinha uma buzina de carro na introdução”.
Publicidade “No mesmo dia ele foi para a casa de Roberto Carlos com o disco de Road Hog na mão e a idéia da versão na cabeça.
No caminho, Erasmo já foi mais ou menos bolando aquela inusitada história de um rapaz que troca o seu rico cadillac por um velho calhambeque.
Roberto Carlos gostou muito da música e, principalmente, da ideia de exaltar o calhambeque”, narra Paulo César no polêmico livro que fez Roberto Carlos processá-lo.

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200 Km Por Hora” e “Caminhoneiro”, entre outras.
Num dos filmes que estrelou a presença dos carros é o tema central: “Roberto Carlos a 300 km por hora”, de 1971, que encerra a trilogia dirigida por Roberto Farias.
Roberto Carlos chega com seu Cadillac vermelho ao Porto de Santos, onde embarcou no navio de cruzeiro Costa Fortuna.
Foto: Mauricio de Souza/Estadão Roberto Carlos chega ao Porto de Santos com seu Cadillac vermelho para cruzeiro marítimo em 2007.
Foto: Mauricio de Souza/Estadão

E a importância sentimental do Cadillac vermelho 1960 que Roberto Carlos possui é tanta que em 2003 ele fez uma música especificamente para o este carro.
Com o nome já no título, a canção em parceria com Erasmo repete o nome da marca 18 vezes ao longo da letra em que ele remete à antiga canção “O calhambeque”.
E já na introdução a letra menciona como dirigir o Cadillac Vermelho funciona como um elixir da juventude para o eu lírico da canção: Publicidade Peguei meu Cadillac, 1960 E nele eu me sentia com metade de quarenta Em meu Cadillac Meu Cadillac Sa