Após a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) aprovar, por 42 votos a 21, a revogação da prisão do presidente da Casa, Rodrigo Bacellar (União Brasil), o próximo passo será formalizar a decisão no Diário Oficial e comunicar o Supremo Tribunal Federal (STF).
A palavra final sobre a soltura cabe ao ministro Alexandre de Moraes, que determinou a prisão preventiva do parlamentar na semana passada.
Mesmo com a decisão política da Alerj, Bacellar só deixará a Superintendência da Polícia Federal no Rio após Moraes assinar a ordem de soltura.
O ministro, no entanto, pode impor medidas cautelares diversas da prisão, como uso de tornozeleira eletrônica; recolhimento domiciliar noturno; proibição de contato com outros investigados; entrega do passaporte e afastamento da presidência da assembleia.
Essas medidas são prerrogativa exclusiva do Judiciário e podem ser aplicadas para garantir o andamento das investigações, que continuam no STF.
Bacellar é investigado por suspeita de vazar informações relativas à operação envolvendo o ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, o "TH Joias", preso por tráfico de drogas e corrupção.
Segundo relatório da PF, o presidente da Alerj teria avisado o colega parlamentar sobre a prisão, com instruções para se livrar de evidências, como apagar dados do celular.
A defesa de Bacellar nega.

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TH Joias responde a processos por tráfico de drogas, corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, além de ser suspeito de intermediar negociações de armas com o Comando Vermelho (CV).
Após a comunicação da Alerj, Moraes avaliará as condições e notificará a Polícia Federal para liberar o deputado.
E apenas após essa comunicação é que Bacellar poderá ser liberado.
Enquanto isso, o processo segue tramitando normalmente no Supremo, que analisa indícios de participação de Bacellar em organização criminosa e lavagem de dinheiro, conforme as investigações.

A deputada estadual Carla Machado foi a única representante do PT a votar pela libertação de Rodrigo Bacellar (União), presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, preso pela Polícia Federal sob suspeita de obstrução de Justiça.
Por 42 votos a 21, a Alerj decidiu revogar a prisão.
Houve também duas abstenções e quatro deputados ausentes.

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Carla Machado é ex-prefeita (por quatro vezes) e ex-vereadora de São João da Barra, município de quase 37 mil habitantes no interior fluminense.
Elegeu-se para uma cadeira na Alerj em 2022 com 34 mil votos.
Também chegou a ser presa pela PF em 2012, em uma operação que mirava compra de votos em favor do candidato que ela apoiava na cidade.
Antes de se filiar ao PT, passou pelo PMDB (atual MDB) e pelo PP.
Dirigentes petistas ouvidos sob reserva minimizam o voto de Machado, já que, segundo eles, a deputada aguarda apenas a janela partidária para deixar a sigla.
Procurada, ela não respondeu às mensagens da reportagem.
O espaço segue aberto.
A Alerj encaminhará o resultado da votação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Ao determinar a prisão de Bacellar, o magistrado afirmou existirem fortes indícios de que o presidente da Casa participou da obstrução de operações policiais e colaborou para atrapalhar o cumprimento de mandados contra o ex-deputado estadual Thiago dos Santos Silva, o TH Joias, apontado como aliado do Comando Vermelho.

É importante que as pessoas entendam qual é o tamanho do problema.
Mataram 118 bagrinhos do crime organizado e há um tubarão com a Assembleia Legislativa tendo o papel de relaxar a prisão dele hoje.

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O relaxamento da prisão por si só é um risco para a investigação.
Daniela Lima, colunista do UOL Daniela destaca que o depoimento de Bacellar à Polícia Federal evidencia sinais claros de articulação e proteção entre parlamentares investigados.
Ontem, o Fantástico exibiu o depoimento do Bacellar à Polícia Federal.
Ele foi perguntado se não achou que era o caso de avisar às autoridades que o colega dele, TH Joias, estava fazendo uma oper