Messias contrata assessor que ajudou Zanin a ‘destravar’ votos no Senado
O advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), adotou uma estratégia semelhante à utilizada por Cristiano Zanin para conquistar votos no Senado. Para isso, ele contratou o mesmo assessor que auxiliou Zanin a obter aprovação em 2023.
- O assessor é Roberto Machado, especialista em interlocução com a imprensa.
- Zanin, agora ministro do STF, conseguiu aprovação com o apoio de Machado, que o ajudou a contatar a maioria dos senadores.
- A nomeação de Messias enfrenta resistência, tornando a missão de conseguir os 41 votos necessários ainda mais desafiadora.

Estratégia para aprovação no Senado
A contratação de Roberto Machado, que já trabalhou com sucesso na aprovação de Zanin, visa aumentar as chances de Messias no processo de sabatina e votação no Senado. Na época, Zanin contatou 70 dos 81 senadores. Apenas aqueles que manifestaram publicamente rejeição à sua indicação, como Sergio Moro, não foram procurados.
A experiência de Machado em construir pontes com a imprensa e articular apoio político é vista como crucial para superar a resistência que Messias enfrenta. Afinal, o ambiente político atual é mais polarizado e a indicação de Messias enfrenta forte oposição.
Desafios da indicação de Messias
Apesar do sucesso de Zanin, a tarefa de Messias é considerada mais complexa. Há senadores da base governista que admitem que o advogado-geral terá dificuldades em obter os 41 votos favoráveis necessários para ocupar a vaga no STF. A insatisfação com a indicação tem levado o governo a considerar o adiamento da sabatina.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, é um dos principais opositores à indicação de Messias. Ele chegou a afirmar ter 60 votos para rejeitar a indicação no plenário e sinalizou que pode encurtar o tempo de votação para dificultar a aprovação.
Oposição e manobras no Senado
A resistência de Alcolumbre reflete seu apoio anterior à indicação de Rodrigo Pacheco para a vaga no STF. Senadores relatam que Alcolumbre pode estar "vendendo caro" seu apoio, mas reconhecem que há uma maioria contrária a Messias no Senado.
Alcolumbre inclusive comentou que o governo terá que ser rápido, pois pretende encerrar a votação assim que o número mínimo de senadores necessários registrarem o voto, evitando que Messias alcance o quórum para ser aprovado. Essa postura contrasta com a condução da votação de outras autoridades, nas quais Alcolumbre esperou que um número maior de senadores votasse antes de proclamar o resultado.

A aprovação de Paulo Gonet para o cargo de procurador-geral da República (PGR) foi um exemplo da tensão no Senado. Apesar da aprovação, o placar apertado foi interpretado como um recado sobre a indicação para o STF.
A contratação de Roberto Machado é uma tentativa de contornar a resistência e garantir a aprovação de Jorge Messias no Senado. Resta saber se a estratégia será suficiente para superar os desafios e assegurar a vaga no STF.
Quer acompanhar de perto essa disputa? Fique de olho nas próximas atualizações!