Lula entra em campo para salvar Messias no STF
O presidente Lula com Messias: AGU corre contra o tempo para vencer as resistências antes da sabatina no Senado, marcada para o dia 10 - (crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Em meio ao agravamento da crise política com o Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu entrar na articulação pela aprovação do advogado-geral da União, Jorge Messias, à vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).
A sabatina dele está marcada para o próximo dia 10.
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Lula almoçou, nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto, com o senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação de Messias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.
O parlamentar é amigo do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que está insatisfeito com o governo, pois defendia o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a cadeira no STF.

A orientação é reconstruir canais de diálogo com o Legislativo.
Participam da reunião os titulares da Fazenda, Fernando Haddad; da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; e da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política com o Congresso.
O encontro ocorreu após um fim de semana de forte desgaste na relação entre o Planalto e o Senado.
A tensão subiu após declarações de Alcolumbre, que reagiu publicamente às suspeitas de que estaria condicionando a aprovação de Messias à liberação de cargos e emendas.
Segundo ele, setores do Executivo alimentaram a "falsa impressão" de que divergências institucionais seriam resolvidas por meio de barganhas políticas, algo que classificou como ofensivo.
Alcolumbre também demonstrou surpresa com o fato de o Planalto não ter enviado a mensagem formal ao Senado comunicando oficialmente a indicação, apesar de ela já ter sido publicada no Diário Oficial da União.
A leitura em plenário é etapa obrigatória antes da sabatina na CCJ.
Nos bastidores, parlamentares avaliam que o destino de Messias depende menos de sua trajetória jurídica e mais da capacidade do governo de reaproximar-se de Alcolumbre.
Gleisi Hoffmann, por sinal, intensificou os contatos com o Senado nos últimos dias.
Ela negou qualquer tentativa de negociação de cargos e reforçou que o governo respeita a autonomia entre os Poderes.

"Qualquer estresse pontual será resolvido.
O presidente Lula tem experiência e dedicação para construir maiorias", argumentou.
Negociação Enquanto o governo tenta agir na defesa de seu nome, Messias buscou conversars com lideranças do União Brasil e do PSD, na tentativa de desarmar o ambiente de tensão.

Aliados confirmam que o indicado tenta reconstruir pontes com ambos os grupos, considerados essenciais para evitar um ambiente hostil durante a análise de seu nome na CCJ.
No União, Messias fez contato com o gabinete do líder Efraim Filho (PB), mas não há encontro marcado.
No PSD, as tratativas avançaram: o líder Omar Aziz (AM) afirmou ao Correio que deve receber Messias nesta terça-feira.
"Primeiro, vou ouvir; depois, posso ter uma posição", afirmou.
O senador disse manter boa relação com Messias e Pacheco, mas preferiu evitar antecipar qualquer movimento.
"Não tenho nada contra ninguém.
Vou conversar com ele amanhã", frisou.
O parlamentar minimizou ruídos internos e lembrou que a indicação ao Supremo é prerrogativa exclusiva do presidente da República.
Messias também ampliou os gestos à oposição.
Nesta segunda-feira, esteve com o senador Izalci Lucas (PL-DF), que classificou o enco