A indefinição sobre a renovação do contrato do técnico Filipe Luís rondou o Flamengo nas últimas semanas antes da final da Libertadores.
Com o título confirmado, o tema volta à tona.
Internamente, a diretoria do Flamengo mantém preocupação clara de que a valorização pretendida pelo treinador após as conquistas pode levá-lo a buscar o mercado europeu, mas acena com tom otimista pelo "fico".
Por conta disso, após propostas financeiras de ambas as partes, o tema virou assunto presidencial.
Luiz Eduardo Baptista, o Bap, assumiu as negociações para manter os interesses do Flamengo intactos.
A questão principal é não deixar o clube vulnerável em caso de um assédio internacional.
E que a renovação, idealizada até o fim de 2027, permita um planejamento de médio e longo prazo.
Nesse contexto, o diálogo ganhou algumas vias.
Bap passou a tratar do tema financeiro, mas o contato com Filipe Luís é através do empresário Jorge Mendes.
O agente português, por sua vez, mantém na linha o diretor José Boto, que defende a permanência de Filipe Luís, mas saiu de cena para que Bap determine os limites do Flamengo na negociação.
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Essa centralização gerou preocupação de todas as partes.
A informação que chega pelo lado do treinador é que ele já gostaria de ter resolvido a situação após enviar proposta financeira ao clube.
Pelo Flamengo, a impressão inicial foi de que a valorização pretendida poderia sofrer ajuste após os títulos, mas depois o grande temor foi mesmo a preferência de Filipe por alçar voo europeu.
Os recados do presidente, do treinador e dos atletas
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Com a proximidade das decisões do Brasileiro e da Libertadores, o tema esfriou.
Os dois torneios devem ser conquistados pelo Flamengo, e Filipe volta à mesa de negociação dando as cartas.
Bap, por sua vez, ensaiou um recado simples, de que nenhum profissional é maior do que o Flamengo, e que é preciso chegar a um denominador comum, caso contrário, todos passam.
A diretoria pretende voltar ao assunto depois da conquista em Lima e bater o martelo sem esperar o fim do ano, quando o atual vínculo se encerra.
— Eu espero de verdade que o Filipe veja que o futuro dele, que vai ser brilhante, seja por muito tempo no Flamengo.
Não vai ser por falta de minha vontade que o Filipe não vai ficar no Flamengo.
Aliás, essa conversa eu tenho com ele de longa data, que a gente só não fala.
Ele sabe o que eu acho, o apoio que eu dou, tudo que a gente passou.
Então eu estou absolutamente tranquilo.
Se o Filipe quiser continuar, claro que ele vai continuar.
Se, por qualquer razão, ele não quiser continuar, o Flamengo é maior do que eu, é maior do que todo mundo que passou por ali, a gente superou Jorge Jesus, mas assim, de verdade, eu acho que isso vai ter um final muito feliz, eu acredito nisso —, afirmou o presidente à ESPN.
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Bap citou alguns pontos por alto que poderiam explicar alguma divergência.
Na prática, o dia a dia do Flamengo hoje passa por Filipe Luís, tanto na parte técnica, como de gestão do grupo.
A diretoria sabe que, para entrar no vestiário, precisa do passaporte do treinador.
E que ele será importante para manutenção e fortalecimento do elenco no mercado nos próximos anos.
Filipe, por sua vez, indica que quer manter a chave do vestiário com os profissionais, e as do clube com a direção.
A sinergia com os jogadores é enorme.
Por isso, o pedido unânime dos seus comandados após o título continental sobre o Palmeiras: “Ele tem que ficar”.
— Tem o objetivo do treinador, tem o objetivo do Flamengo, tem os ajustes que nós temos que fazer nos processos do clube.
Eu defendo que o clube não tem que ser refém nunca de nada, nem de ninguém, nem do presidente, nem de técnico nenhum.
Às vezes a concentração demais de poder que a pessoa quer não bate com o que a gente acredita.
Vi Jesus ir embora, como o maior técnico do Flamengo, e a gente não ter registrados em um único treinamento do Jesus.
Não tinha um único documento pra gente chegar e confrontar do que a gente.
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É como se o novo técnico tivesse