'A COP foi um sucesso extraordinário', diz Lula no G20
A realização da COP30, conferência sobre clima da ONU, em Belém, ganhou destaque no G20. O presidente Lula classificou a conferência como um "sucesso extraordinário", mesmo diante dos desafios nas discussões sobre combustíveis fósseis. Os principais pontos:
- Holofote inédito para o tema de combustíveis fósseis na agenda climática.
- Lula impulsionando um mapa do caminho para o fim dos combustíveis fósseis.
- Resistência de países árabes, superada pela integração da OPEP à discussão.
- Foco na implementação de decisões já tomadas, acelerando a ação climática.

O Desafio dos Combustíveis Fósseis na COP30
A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), sediada em Belém, enfrentou divergências consideráveis em relação ao plano de combate aos combustíveis fósseis, liderado pelo presidente Lula. Essa questão chegou a ameaçar o consenso dentro da conferência. No entanto, apesar de não constar na decisão final negociada, o tema ganhou uma visibilidade sem precedentes na agenda climática, marcando um avanço significativo.
Um Acerto Político
Segundo André Corrêa do Lago, presidente da COP30, o debate sobre combustíveis fósseis "trouxe uma nova dimensão para a COP e aumentou sua relevância política". Ele reconhece o desafio que essa pauta representou, mas considera um acerto político tê-la inserido nas negociações. Agora, por iniciativa própria, Lula trabalhará na criação de um "mapa do caminho" para o fim dos combustíveis fósseis.
A ideia é reunir informações de diferentes fontes e visões sobre o processo, organizando dados de agências diversas. O objetivo é contribuir para que o tema entre de maneira mais racional e legítima nas discussões sobre o clima. A expectativa é que, ao perceberem vantagens, os países se engajem nessa iniciativa.
A Resistência Árabe e o Envolvimento da OPEP

Durante as negociações, a proposta enfrentou forte resistência, especialmente dos países árabes. Para superar esse obstáculo e convencê-los a aderir ao novo documento, André Corrêa do Lago pretende integrar a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) às discussões.
A estratégia é clara: mostrar aos países que a transição para longe dos combustíveis fósseis pode ser benéfica para eles. Como o próprio Lago afirma, "É uma coisa que os países vão fazer se eles acharem que vão se dar bem."
"Nós achamos que fazer coisas com base nas decisões que já aconteceram é o que realmente o momento exige, diante da urgência climática."
A Competência dos Países Árabes
É importante notar que países como a Arábia Saudita possuem equipes altamente capacitadas, com profundo conhecimento das negociações climáticas e suas implicações econômicas e políticas. Eles estão investindo em alta tecnologia e novos setores da economia, demonstrando consciência do impacto da agenda climática em seus modelos de desenvolvimento.

A Arábia Saudita, por exemplo, está explorando o uso de petróleo em outros setores, como na petroquímica para a construção, buscando produzir materiais que emitam menos CO2 do que alternativas como o aço. A mudança para carros elétricos, que pode reduzir drasticamente o consumo de petróleo, é um fator crucial nessa estratégia.
Implementação, Não Apenas Negociação
O foco agora está na implementação das decisões já tomadas, buscando acelerar a ação climática em vez de apenas criar novas obrigações. "Eu gostaria que você tentasse entender o que nós estamos tentando fazer: explicar para o mundo que a gente tem que parar de olhar para a COP como apenas uma fábrica de decisões na negociação", explica Lago.
A chave para o sucesso, segundo ele, é mostrar aos países que a implementação das medidas já acordadas pode trazer benefícios concretos. Ao integrar a OPEP e apresentar argumentos sólidos, a COP30 espera superar a resistência e avançar em direção a um futuro mais sustentável.
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